As substâncias psicadélicas parecem ter uma gama invulgarmente vasta de utilizações. Os cientistas pretendem saber qual é realmente a sua amplitude.
Traduzido por João Cardoso
Ao analisar a nova investigação acerca das substâncias psicadélicas, uma tendência salta de imediato à vista: expansão. Há mais pesquisadores do que nunca a estudar as substâncias psicadélicas.1 Não só há mais cientistas, como também estes se encontram em mais locais, estudando mais substâncias, e testando tratamentos psicadélicos em mais patologias. Estas são as fronteiras da ciência das substâncias psicadélicas, e estão a ganhar terreno dia após dia.
As substâncias psicadélicas vêm convencendo cientistas e médicos devido ao seu potencial para a melhoria da saúde mental.2 A maior parte da investigação, atualmente, é feita com a psilocibina, com alguns polos a concentrarem-se também no LSD e noutras substâncias, bem como em MDMA para o tratamento do transtorno de stress pós-traumático. A psilocibina é particularmente entusiasmante dado o seu propício perfil de segurança e a sua capacidade para melhoria dos sintomas em múltiplas perturbações.3 Não que esta propriedade seja exclusiva das substâncias psicadélicas: os inibidores selectivos de recaptação da serotonina, por exemplo, são utilizados para tratar tanto a depressão como a ansiedade.4 Contudo, as substâncias psicadélicas parecem possuir uma gama invulgarmente vasta de aplicações. Os cientistas procuram saber qual é o seu verdadeiro alcance.
De momento, os indícios preliminares de ensaios clínicos fundamentam a terapia assistida por substâncias psicadélicas para perturbações de humor, transtorno de stress pós-traumático, e dependência de álcool e nicotina.5,6 Os cientistas vão continuamente aprofundando esta investigação, com o objetivo de obter dentro dos próximos cinco anos a luz verde dos reguladores para a terapia com substâncias psicadélicas – caso os novos estudos confirmem a sua eficácia. A nível mundial, estão atualmente em curso 18 ensaios clínicos nas fases 2 e 3 para estes diagnósticos, com vários outros em fase de preparação. A Fundação MIND, em colaboração com a Charité Universitätsmedizin Berlin e o Instituto Central para a Saúde Mental de Mannheim, também conduzirá, a partir do próximo ano, um amplo estudo acerca de terapia com psilocibina para a depressão.
Paralelamente, a investigação vem-se expandindo para outras perturbações de saúde mental. No seu centro de investigação de substâncias psicadélicas e consciência, a Universidade Johns Hopkins ampliou os seus estudos da psilocibina para incluir os distúrbios de alimentação. O Imperial College de Londres, dispondo também de um centro de investigação de substâncias psicadélicas, planeia fazer o mesmo. Para além disto, equipas de investigação em Yale e na Universidade do Arizona averiguam se a psilocibina é eficaz no que toca aos distúrbios obsessivo-compulsivos.
Os cientistas esperam igualmente que as substâncias psicadélicas possam ajudar as pessoas a ultrapassar outras adições além do álcool e da nicotina. A Universidade do Alabama está a finalizar um estudo enquadrando a aplicação da psilocibina para a adição à cocaína, e a Universidade de Wisconsin fará em breve o mesmo no que toca aos distúrbios pelo uso de opiáceos.
A investigação médica vem também enveredando por alguns rumos mais surpreendentes. Uma via digna de nota é o tratamento de cefaleias em salvas e enxaquecas, com testes clínicos a decorrer em Yale, em Basileia, e em Copenhaga. Também a Fundação Beckley patrocinou um recente ensaio clínico no qual uma dose reduzida de LSD diminuiu a perceção de dor.29 Além disso, investigadores do Imperial College de Londres propuseram a utilização de psilocibina como último recurso em pacientes comatosos crónicos, embora a sua teoria tenha ainda de ser posta à prova.7
Para além do conhecimento de que as substâncias psicadélicas podem tratar certas perturbações, é também importante entender o porquê disto.
Os pesquisadores têm examinado, ultimamente, se aspetos particulares de uma trip tornam a terapia por substâncias psicadélicas mais propensa a funcionar. Um fenómeno essencial parece ser a experiência mística (agora um termo científico oficial!). As experiências místicas são caracterizadas por sentimentos de êxtase, unicidade e unidade, e transcendência do tempo e do espaço. São também conhecidas tanto por estarem impregnadas de significado como pela dificuldade em as pôr em palavras.8 Estudos recentes sugerem que este tipo de experiências é importante – talvez mesmo fundamental – para uma terapia com substâncias psicadélicas proveitosa.9
A nível físico, as substâncias psicadélicas podem promover a neuroplasticidade – ou seja, a capacidade do cérebro para formar novas ligações e para se reestruturar.10 Em ratos, a maioria das substâncias psicadélicas promove vários componentes da neuroplasticidade no córtex pré-frontal, e são mais potentes e mais rapidamente atingem essa potência do que quase qualquer outra substância.11 Nos humanos, os cientistas acreditam que a neuroplasticidade ampliada possa explicar os efeitos das substâncias psicadélicas a longo prazo, e têm-se ocupado a tentar comprová-lo.12,13 (Se isto lhe soa interessante, consulte o nosso artigo no blogue acerca da neuroplasticidade).
Alguns investigadores questionam se a microdosagem, ou seja, o uso de doses abaixo do efeito alucinogénio de substâncias psicadélicas, poderá igualmente trazer benefícios. Os relatos informais acerca dos seus efeitos abundam, sendo que a ciência pode ajudar a separar a verdade do boato. O recentemente criado Centro Canadiano para a Ciência das Substâncias Psicadélicas estuda o doseamento reduzido de psilocibina, e outras equipas em três continentes têm estudado a microdosagem tanto em pacientes como em indivíduos saudáveis.
Em razão das limitações regulatórias, muito deste trabalho tem sido feito através do levantamento junto de pessoas que praticam a microdosagem reservadamente. Embora este tipo de estudo tenha a vantagem de acontecer num ambiente natural, os seus inconvenientes são consideráveis: os gruposefectivos de controlo e grupos sem conhecimento da experiência são raros, muitos dos relatórios são retrospetivos e de precisão questionável, e as amostras do estudo chegam provavelmente enviesadas para o lado das opiniões favoráveis às substâncias psicadélicas. Contudo, os pesquisadores têm dado o seu melhor. Várias publicações recentes examinaram os efeitos da microdosagem relatados pelos próprios utilizadores, encontrando tanto resultados positivos como indesejáveis.15-17 Outro destes estudos decorre atualmente no Imperial College de Londres.
Tem também surgido cada vez mais literatura especializada acerca de ensaios com microdosagem controlados por efeito placebo. Uma equipa de investigação em Chicago administrou doses mínimas de LSD a voluntários saudáveis, e tal como nos estudos de inquérito, encontraram tanto efeitos positivos como negativos (assim como um grande “novelo” relativo ao efeito placebo).18 Doses reduzidas de psilocibina estão a ser investigadas também pela sua capacidade para o tratamento de depressão e enxaquecas, uma vez que doses elevadas podem nem sempre ser praticáveis ou desejáveis para pacientes. Um estudo acerca da microdosagem de LSD, com indivíduos saudáveis, acaba de terminar a fase de recolha de dados, e um outro terá início na Nova Zelândia. Alguns investigadores esperam que o doseamento reduzido constitua uma alternativa aos antidepressivos para pacientes que apresentem efeitos secundários indesejáveis, ou que nem sequer apresentem quaisquer efeitos. Outros esperam até mesmo que seja uma forma segura de fomentar a disposição e o desempenho cognitivo em indivíduos saudáveis. Apenas o tempo – e os resultados – o dirão.
A DMT (N, N-dimethyltryptamine) não foi deixada de parte no renascimento do psicadelismo, e as suas propriedades únicas podem torná-la um nicho na terapia com substâncias psicadélicas. A DMT tem ação de curta duração, a qual pode ser regulada por via intravenosa, e ao contrário do LSD e da psilocibina, não induz tolerância.19 Investigadores em Londres têm estudado os efeitos da DMT na atividade cerebral recorrendo à electroencefalografia,20 enquanto cientistas em Basileia têm conduzido um ensaio clínico de segurança. A DMT distingue-se também por ser a única substância psicadélica ocorrendo de forma natural num cérebro de um mamífero, e estamos mais perto do que nunca de vir a descobrir que papel desempenha.4,5
Tem também sido feita pesquisa acerca da ayahuasca, a tradicional infusão amazónica contendo DMT. Grande parte da investigação acerca da ayahuasca vem do Brasil, onde os investigadores têm testado os seus efeitos na saúde mental e no funcionamento do cérebro.21 Entretanto, investigadores na Suíça estão a desenvolver um comprimido de ayahuasca. Um comprimido sintético uniformizaria as doses utilizadas nos estudos e poderia também amenizar alguns dos efeitos secundários desagradáveis da ayahuasca, bem como proteger as plantas amazónicas de exploração excessiva.
A prima próxima da DMT, 5-MeO-DMT, tradicionalmente extraída de sapos vivos, também tem figurado na literatura especializada. Investigadores da Universidade de Maastricht categorizaram recentemente os efeitos de 5-MeO-DMT em vários parâmetros de bem-estar,22 ao passo que uma equipa da Johns Hopkins descobriu que esta poderá reduzir os sintomas de depressão e ansiedade.23 À semelhança do que vem ocorrendo com a ayahuasca, os cientistas estão a começar a preferir fontes sintéticas de 5-MeO-DMT, neste caso para evitar importunar qualquer sapo inocente.
Actualmente, os participantes nos estudos das substâncias psicadélicas vêem-se frequentemente num aparelho de ressonância magnética ou a usar uma touca de electroencefalograma, algo que permite aos investigadores medir a sua atividade cerebral enquanto a experiência acontece. Recorrendo à ressonância magnética, um estudo fascinante da Universidade de Maastricht conseguiu capturar quais as áreas do cérebro que podem causar a experiência da dissolução do ego.24 De momento, têm usado métodos de neuroimagiologia e de terapia comportamental para determinar como a psilocibina afeta o pensamento criativo, a cognição social e a emoção.
Na Suíça, os investigadores registaram enormes progressos na identificação dos recetores necessários para os efeitos psicadélicos.25 Têm investigado como as substâncias psicadélicas afectam a atividade cerebral, e recentemente, distinguiram os efeitos da psilocibina em regiões específicas do cérebro.26 Seguindo outra linha de investigação, cientistas em Zurique e noutros locais estão mais interessados na sinergia entre as substâncias psicadélicas e a meditação consciente.27
Estes tipos de estudo têm permitido aos neurocientistas desenvolver teorias que expliquem os efeitos peculiares das substâncias psicadélicas. Uma delas é a teoria do cérebro entrópico, desenvolvida pelo Dr. Carhart-Harris e a sua equipa em Londres.28 Segundo a teoria do cérebro entrópico, a consciência ocorre numa sequência ininterrupta entre atividade cerebral altamente ordenada e altamente caótica. Enquanto a atividade do cérebro é relativamente ordenada num estado de consciência normal, as substâncias psicadélicas impulsionam-na a um estado mais caótico. Carhart-Harris e os seus colaboradores continuam a testar esta teoria com exames de ressonância magnética e electroencefalogramas (Leia mais acerca da teoria do cérebro entrópico neste artigo do blogue).
A investigação de substâncias psicadélicas está a expandir-se em novas e entusiasmantes direções – estamos agora num ponto em que são publicados novos estudos todas as semanas. Diariamente, cientistas de todo o mundo examinam diferentes substâncias psicadélicas, os seus efeitos no cérebro, e como poderão ajudar a melhorar a saúde mental.
Tentar resumir a recente corrente da ciência é um pouco como tentar encaixar o oceano numa chávena de chá. Pode também consultar o Monitor dos estudos de estados não ordinários de consciência e outros projetos com os quais a Fundação MIND se ocupa de momento.
Isenção de responsabilidade: este post do blog foi traduzido e editado por voluntários. Os contribuidores não representam a MIND Foundation. Se notar algum erro ou inconsistência, por favor informe-nos – agradecemos qualquer sugestão que possa melhorar o nosso trabalho (mail to: [email protected]). Se deseja ajudar no processo de tradução, entre em contacto connosco para se juntar ao MIND Blog Translation Group!
Doblin RE, Christiansen M, Jerome L, Burge B. The Past and Future of Psychedelic Science: An Introduction to This Issue. Journal of Psychoactive Drugs [Internet]. 2019;51(2):93–7. Available from:https://doi.org/10.1080/02791072.2019.1606472
Johnson MW, Richards WA, Griffiths RR. Human hallucinogen research: Guidelines for safety. Journal of Psychopharmacology. 2008;22(6):603–20.
Nichols DE, Johnson MW, Nichols CD. Psychedelics as Medicines: An Emerging New Paradigm. Clinical Pharmacology and Therapeutics. 2017;101(2):209–19.
Lochmann D, Richardson T. Selective Serotonin Reuptake Inhibitors. In: Handbook of Experimental Pharmacology. Springer New York LLC; 2019. p. 135–44.
dos Santos RG, Hallak JEC. Therapeutic use of serotoninergic hallucinogens: A review of the evidence and of the biological and psychological mechanisms. Neuroscience and Biobehavioral Reviews [Internet]. 2020;108(October 2019):423–34. Available from:https://doi.org/10.1016/j.neubiorev.2019.12.001
Mithoefer MC, Feduccia AA, Jerome L, Mithoefer A, Wagner M, Walsh Z, et al. MDMA-assisted psychotherapy for treatment of PTSD: study design and rationale for phase 3 trials based on pooled analysis of six phase 2 randomized controlled trials. Psychopharmacology. 2019;236(9):2735–45.
Scott G, Carhart-Harris RL. Psychedelics as a treatment for disorders of consciousness. Neuroscience of Consciousness. 2019;
Johnson MW, Hendricks PS, Barrett FS, Griffiths RR. Classic psychedelics: An integrative review of epidemiology, therapeutics, mystical experience, and brain network function. Vol. 197, Pharmacology and Therapeutics. Elsevier Inc.; 2019. p. 83–102.
Roseman L, Nutt DJ, Carhart-Harris RL. Quality of acute psychedelic experience predicts therapeutic efficacy of psilocybin for treatment-resistant depression. Frontiers in Pharmacology. 2018;8(JAN).
Kraus C, Castrén E, Kasper S, Lanzenberger R. Serotonin and neuroplasticity – Links between molecular, functional and structural pathophysiology in depression. Neuroscience and Biobehavioral Reviews [Internet]. 2017;77:317–26. Available from:http://dx.doi.org/10.1016/j.neubiorev.2017.03.007
Ly C, Greb AC, Cameron LP, Wong JM, Barragan E v., Wilson PC, et al. Psychedelics Promote Structural and Functional Neural Plasticity. Cell Reports [Internet]. 2018;23(11):3170–82. Available from:https://doi.org/10.1016/j.celrep.2018.05.022
Hasler G. Toward specific ways to combine ketamine and psychotherapy in treating depression. CNS Spectrums. 2020;25(3):445–7.
de Almeida RN, Galvão AC de M, da Silva FS, Silva EA dos S, Palhano-Fontes F, Maia-de-Oliveira JP, et al. Modulation of serum brain-derived neurotrophic factor by a single dose of ayahuasca: Observation from a randomized controlled trial. Frontiers in Psychology. 2019;10(JUN).
Flanagan TW, Nichols CD. Psychedelics as anti-inflammatory agents. International Review of Psychiatry [Internet]. 2018;30(4):363–75. Available from:https://doi.org/10.1080/09540261.2018.1481827
Lea T, Amada N, Jungaberle H. Psychedelic Microdosing: A Subreddit Analysis. Journal of Psychoactive Drugs [Internet]. 2020;52(2):101–12. Available from:https://doi.org/10.1080/02791072.2019.1683260
Polito V, Stevenson RJ. A systematic study of microdosing psychedelics. PLoS ONE [Internet]. 2019;14(2):1–26. Available from:http://dx.doi.org/10.1371/journal.pone.0211023
Anderson T, Petranker R, Rosenbaum D, Weissman CR, Dinh-Williams LA, Hui K, et al. Microdosing psychedelics: personality, mental health, and creativity differences in microdosers. Psychopharmacology. 2019;236(2):731–40.
Bershad AK, Schepers ST, Bremmer MP, Lee R, de Wit H. Acute Subjective and Behavioral Effects of Microdoses of Lysergic Acid Diethylamide in Healthy Human Volunteers. Biological Psychiatry [Internet]. 2019;86(10):792–800. Available from:https://doi.org/10.1016/j.biopsych.2019.05.019
Strassman RJ, Qualls CR, Berg LM. Differential tolerance to biological and subjective effects of four closely spaced doses of N,N-Dimethyltryptamine in humans. Biological Psychiatry. 1996;39(9):784–95.
Timmermann C, Roseman L, Schartner M, Milliere R, Williams LTJ, Erritzoe D, et al. Neural correlates of the DMT experience assessed with multivariate EEG. Scientific Reports [Internet]. 2019;9(1):1–13. Available from:http://dx.doi.org/10.1038/s41598-019-51974-4
Jiménez-Garrido DF, Gómez-Sousa M, Ona G, dos Santos RG, Hallak JEC, Alcázar-Córcoles MÁ, et al. Effects of ayahuasca on mental health and quality of life in naïve users: A longitudinal and cross-sectional study combination. Scientific Reports. 2020 Dec 1;10(1).
Uthaug M v, Lancelotta R, Oorsouw K van, Kuypers KPC, Mason N, Rak J, et al. (200) A single inhalation of vapor from dried toad secretion containing 5-methoxy-N,N-dimethyltryptamine (5-MeO-DMT) in a naturalistic setting is related to sustained enhancement of satisfact.pdf. 2019;
Alan K. Davis, PhDa, Sara So, MSb, Rafael Lancelotta, MSc, Joseph P. Barsuglia, PhDd, and Roland R. Griffiths, PhDa E. 5-methoxy-N,N-dimethyltryptamine (5-MeO-DMT) used in a naturalistic group setting is associated with unintended improvements in depression and anxiety. Physiology & behavior. 2016;176(1):100–106.
Mason NL, Kuypers KPC, Müller F, Reckweg J, Tse DHY, Toennes SW, et al. Me, myself, bye: regional alterations in glutamate and the experience of ego dissolution with psilocybin. Neuropsychopharmacology [Internet]. 2020;(March). Available from:http://dx.doi.org/10.1038/s41386-020-0718-8
Preller KH, Burt JB, Ji JL, Schleifer CH, Adkinson BD, Stämpfli P, et al. Changes in global and thalamic brain connectivity in LSD-induced altered states of consciousness are attributable to the 5-HT2A receptor. eLife. 2018;7:1–31.
Preller KH, Duerler P, Burt JB, Ji JL, Adkinson B, Stämpfli P, et al. Psilocybin Induces Time-Dependent Changes in Global Functional Connectivity. Biological Psychiatry. 2020;
Smigielski L, Kometer M, Scheidegger M, Krähenmann R, Huber T, Vollenweider FX. Characterization and prediction of acute and sustained response to psychedelic psilocybin in a mindfulness group retreat. Scientific Reports. 2019;
Carhart-Harris RL, Leech R, Hellyer PJ, Shanahan M, Feilding A, Tagliazucchi E, et al. The entropic brain: A theory of conscious states informed by neuroimaging research with psychedelic drugs. Frontiers in Human Neuroscience. 2014;8(1 FEB):1–22.
Ramaekers JG, Hutten N, Mason NL, Dolder P, Theunissen EL, Holze F, Liechti ME, Feilding A, Kuypers KP. A low dose of lysergic acid diethylamide decreases pain perception in healthy volunteers. Journal of Psychopharmacology. 2020 Aug 25:0269881120940937.